terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Apontador

O ato, de momento certo, têm simultaneamente o dom e a sina de ser tão poderoso quanto assustador.
O medo não é o melhor amigo do Destino, por isso bastará um gesto simples, um toque subtil que chegue, para iluminar o caminho que tem que ser percorrido.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Reforço positivo

"Pai, quando falo contigo sinto-me outra vez mais corajoso"

Obrigado Professor, 
pelo reforço positivo.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vira o disco e toca o mesmo

Depois de se muito se cansar com a barulheira da discoteca, acaba por adormecer,


Ali, 

Mesmo em cima da coluna, 

no meio da pista.


Dorme profundamente, 

Embalado nas batidas e indiferente ao tumulto em seu redor.


À medida que o sonho se instala, vai sacudindo e limpando do seu corpo os últimos actos reflexos, filhos de um som que já não é o seu.

As músicas deixaram ser sentidas e converteram-se tão somente num zumbido surdo e latente, que vive lá longe, no fundo da sala, do outro lado da porta.


Amanhã, um novo amanhecer, uma nova esperança.

Amanhã uma nova vontade de voltar a ouvir a música, pelo prazer da melodia.

De saborear as pautas, pelo sabor das notas.


Por tudo isto, fazer uma pausa é importante para não esquecer.

Para continuar a reconhecer nos olhares, a profundidade dos seus espaços.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dicas

Por vezes é preciso um sinal vermelho para nos obrigar a Olhar os monumentos à nossa volta e  entender o Porquê e o Para Quê das palavras que neles se encerram.

    (@Praça de Espanha-Lisboa)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Sentido


Mesmo que todo o Mundo à tua volta avance num único sentido, 
Não é razão suficiente para assumires que faça sentido para ti.


(Homem desconhecido, numa saudação nazi em 1936)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Profundidade

Existem momentos da nossa vida em que somos presenteados com a companhia de pessoas com uma Profundidade surpreendente.
De um tamanho tal que são capazes de nos tirar o tapete e mandarem-nos ao chão com apenas aquilo que são. Com os sus actos, não as suas palavras.

Gente com o dom de colocarem-nos a questionar sobre se o que estamos a fazer está mesmo à altura das nossas potencialidades.


Boomerang

Quem decide ser Mulher, decide vestir o Início e o Fim, encarnar a Raíz e a razão do Todo. 

Quem opta por ser Homem escolhe por outro lado e para si, a rota firme do boomerang, que na procura da  inconstância, mantém-se fiel aos braços de quem se predispôs a amar.


Entender o que representa o Homem e a Mulher na nossa Vida, 

em que partes da nossa Vida se apresentam,

e acima de tudo reconhecer a base destes princípios,


É meio caminho para cumprirmos a nossa missão, de forma quase tão inevitável como a gravidade que nos prende ao chão.



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Gravidade

Pergunto-me por vezes o que seria de nós se vivêssemos num Mundo sem gravidade.
Será que para cada acção deixava de haver reacção?
Para cada extrovertido deixava de haver um introvertido?
Para cada Yang deixava de haver um Yin?

Talvez.

Que curioso seria esse outro Mundo onde o Andar seria sempre em frente e nunca para trás.
Como se pudéssemos flutuar pela vida, 
sem reflectirmos nos nossos actos, 
sem aprendermos com as nossas experiências.

A verdade é que às vezes damos por nós perdidos assim, num espaço sem gravidade.
Como se pudesse não haver gravidade. 

A boa notícia é que há, e que nunca estamos realmente perdidos.
Eventualmente e temporariamente dessincronizados.

Por isso, basta simplesmente ligar o rádio e sintonizar a estação.



terça-feira, 25 de novembro de 2014

Escrita

"...Ela escreveu aquele livro para mim, e estava a dizer aquilo que eu sentia.
Aquilo que eu sentia e que não era capaz de dizer...porque não me era ainda consciente."
António Lobo Antunes, 2009

Um texto, um livro, uma mensagem.
Deve ser exactamente isto.
Algo que espoleta em nós, aquilo que somos.
Que traz ao de cima, que move.

Tal como quando comtemplamos uma pintura abstracta,
O que se lê, é o que cada um tem que ler.

Ao mensageiro cabe o desafio de não cair para cima do pedestal, 
Para que os seus textos se mantenham puros e sejam sempre sentidos, 
ora por quem lhe sussurra ao ouvido, 
ora por quem lhe escuta a palavra.

Tenho tentado desempenhar este papel o melhor que sei.
Tem sido uma viagem.
Se houver o dia em que me for explicado o que é esta coisa chamada Inspiração, pelo menos terei a certeza que, no mínimo, será fruto da melhor parte de mim.

Não conheci as obras fundamentais porque não lhes dei o devido tempo, confesso.
E continuo a não querer dar, por acreditar neste momento turvariam a minha visão.

Prefiro que as fotos sejam nuas e cruas.
Rudes, sem racionalizar ou inculcar estilos,
Só assim sei que estou a fazer bem a missão que me foi atribuída.

Por tudo isto, esta minha curiosidade imensa em saber quem são os outros.
Gosto tanto lhes ouvir a voz.
Revejo-me nas suas palavras, ansiedades e virtudes. 
Não nos seus escritos, mas sim nos seus olhos - Pelo menos por enquanto.



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Voltar a casa

A nossa vida pode ser vista como um acto continuo ou então como um conjunto desgarrado de flashes sagrados.


Gosto de observar multidões porque para mim representa a oportunidade de ter a visão discreta e descontínua de uma conjunto de vidas que aparentemente não tem nada a ver umas com as outras. Mas que afinal têm.

E por isso, olhar a multidão é para mim a a confirmação do continuo,do presente e do interrelacionado.


Cada pessoa, cada olhar, cada gesto, são aquilo que eu próprio percepciono da realidade que me rodeia e portanto, espelhos do que eu sou.


Tudo é sempre o Todo.


Cada um de nós é o criador da continuidade à sua volta.

Cada um de nós é o fio condutor que traz sentido a todas as experiências que vivência.


Ter a percepção dessa continuidade é como voltar a casa.


E para isso basta deixar que as dúvidas se diluam no exacto momento em que deixam de existir.

Basta relaxar a vista e baixar a guarda.


E nessa altura então, 

permitir-se Ver os padrões que se desembrulham à nossa frente.



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Diálogo de samurais

Um bom debate de ideias é das melhores coisas que se pode ter na Vida.

Porque é para isso que aceitámos a viagem - para Aprender.


Que melhor realização pode então existir do que encontrar para esse acto de Aprender, alguém que partilha objectivos, metas, ideais e utopias.


Assim, 

A cada frase cumprida, 

A cada história contada, 

Cresce a vontade de voltar à carga, de querer mais e mais, de forma incessante, contínua e determinada.


Olhos nos olhos, perdemos-nos por entre Tempos, até ao sinal de chegada.


Depois, 

Depois não há despedidas.


Um reconhecer apenas.

Basta simplesmente o sinal de respeito adulto, de amizade e de agradecimento, pela aprendizagem partilhada.


Somos samurais, 

na luta pela vida honrada.


“Arigato gozaimashita”.



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Chuva

Os pobres de espírito encolhem os ombros e assumem a culpa do destino.

Simplesmente lamentam-se e sacodem a água do capote.

Até ao dia.


O dia em que com a água, vão-se os amigos.

E com os amigos, o capote.

 

Resta-lhes tão somente,

Chorar, a chuva.



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O calor de dentro

Há alturas em que o relâmpago cai sobre o nosso espírito.
É a guinada repentina e aguda, que fulmina o nosso corpo, 
Abrupta, rasgada.

Num virar de esquina, deparamos-nos com a velhice inesperada,
A ferrugem, determinada a apodrecer as nossas fundações.
O cancro, disposto a alimentar-se do nosso sorriso.

Esta velhice de que te falo, quer-se expulsa, de forma rápida e impiedosa, assim nos é mostrada.
Sem hesitação, há que deitar fora este escuro de inverno rigoroso e abraçar de novo a luz primaveril que traz-nos de volta à Vida.

Velhos, são todos aqueles que, sendo jovens ou idosos, decidem deixar-se consumir numa espera resignada,

À chuva. Ao destino.

Porque na vida, tal como dizia o filósofo, o Homem deve encontrar a diferença entre "saber cumprir" e "saber cumprir-se".


domingo, 9 de novembro de 2014

Portas

Dizem que os olhos são a porta para a nossa alma.
Se isso for verdade, então o que significa quando te dizem que te conhecem pelos teus olhos?


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Assimetrias

A forma como componho perguntas perante as tuas respostas raramente coincide com a forma como elaboras as respostas às minhas questões.

Destas assimetrias resulta a riqueza do pensamento aos pares.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Desculpa, por ser quem sou.

Hoje ao almoço, uma estrela da música nacional sentou-se ao meu lado.
Ainda não se tinha sentado e já estava a ser bombardeado com dois pedidos de autógrafos.

Ele fez questão de almoçar rápido. 
Como se estivesse a esconder-se de alguém.
Como se fugisse de alguém.

No meio deste almoço apressado, 
Pratos a cair à nossa beira.

Coincidências! Dirão. 
Talvez não.
Nervosismo dos empregados de mesa? 
Não sei.. Talvez algo mais, que por agora fica para outras conversas.

De qualquer das formas o alarido era tanto que não resisti em perguntar-lhe se era sempre assim à sua volta.
Ele encolheu os ombros e concordámos que é algo que faz parte da profissão que escolheu.
Falámos do Cristiano e da forma como também ele gere este fenómeno necessário.

No final, despediu-se pedindo desculpa por perturbar o meu almoço.
Pedindo desculpa?!?..Tirou-me o tapete.

Desculpa por quem? por ele ou pela tribo dele?
Fez-me lembrar um fumador que pede desculpa pelo fumo que não consegue evitar.

Ser artista não é fácil - Talvez seja mesmo um vício.

E assim ele se foi, não sem antes ter mais um pedido de autógrafo e desta vez também uma foto.

Quem lhe pedia a foto dizia:  "Coitado, assim nem consegue almoçar descansado.."
Como se isso a impedisse de pedir a foto.
Como se o comentário fosse alguma vez sentido, ou se fizesse algum sentido..

E lá vai ele, apressado, dizendo Adeus, educado.
Fugindo do Mundo que comprou para viver à sua volta.

Boa sorte.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Escola da vida

Se dividirmos o Homem em três secções temos o Corpo, a Mente e o Espírito.

Para cada uma destas três disciplinas existem várias escolas.
Varios tipos de Ginásios, Faculdades e Igrejas.

Procura o guerreiro no desportista,
O aprendiz no intelectual,
O espiritual no religioso.

Uma única escola - a Vida.


Fora da bolha

Até que saias da bolha que te rodeia, todo o teu Mundo te dirá que "lá fora" não é normal.
Ser-te-á dito vezes sem conta que estás na equipa vencedora, que tudo o resto é marginal e perigoso.

Se um dia tiveres oportunidade de espreitares para fora da tua bolha de segurança, vais descobrir que o Mundo "lá fora" é sempre maior do que o teu Mundo "cá dentro". 

Sempre.

Simplesmente porque o que está lá fora, é tão somente,
A soma de tudo o que não está cá dentro.

A soma de todos os outros Mundos por explorar.


Os EUs de ontem, hoje e amanhã


Imagina que hoje sonhas com uma coisa fantástica que vais fazer amanhã cedo.

Imagina que amanhã cedo, ouves o despertador e rebolas para o lado..


O que é que o teu EU de amanhã está a dizer ao teu EU de hoje?


Da mesma forma pergunto: O que é que o teu EU de hoje, com quem estou agora a falar,  já fez para honrar e respeitar o teu EU de ontem?




quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Evento social

Ontem foi dia de evento social.

Social ou anti-social?


De vez em quando gosto de assistir a uma boa feira das vaidades.

Porventura serei incluído nela. Não faz mal. 


Para perceber, tenho que participar.


Vim porque quero ouvir.

No meio desta burguesia pedante, existem algumas personagens que me suscitam curiosidade, e por isso não quero perder a oportunidade de ouvir de viva voz a opinião dos poucos grandes gestores portugueses com muito para me ensinar.


Não vim para sociabilizar.

Hoje vim para observar.


Má educação, diriam alguns.

Não creio.


Sou convidado para esta festa.

E embora duvide que consiga fazer parte dela, tenho também a noção que não sou o único.


Daí se chamar uma feira de vaidades.

Uma vaidade repleta de falsas expectativas, de uma sociabilização projectada em função do achamos que os outros procuram.

Deste tipo de sociabilização dispenso. 


Mas não será que também neste meio, não teremos os mesmos anseios e as mesmas dúvidas? 


Alguém espoletou uma conversa, 

e despidas as máscaras, 

constato que sim.




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Alinhamento

O encontro com a espiritualidade, quando tardio, toma muitas vezes a forma de Maremoto.
Em formato arremesso, somos projectados para uma outra forma de viver, 
porventura mais completa,
Mais Inteira.
É como se de repente descobríssemos a pólvora e tudo o resto passa para segundo plano.

Não tem que ser assim.
A espiritualidade não é algo que quebra, mas sim que cola.

Ao questionar as doutrinas actuais, como Pais temos a responsabilidade de estimular um pensamento aberto nos nossos filhos, desde o princípio, para aprenderem a trilhar o seu caminho de Ser Humano pleno de potencial, em que a espiritualidade é apenas um de 4 espelhos.

De que vale um Atleta sem nada para contar, 
Um Filósofo sem projectos para mostrar, 
Um Pai sem filhos para ensinar,
ou um Sacerdote sem pernas para andar?

Não se trabalha o físico até aos 16, o Mental até aos 26 e Emocional até aos 36,
para depois algures entre os 36-40 começar novo ciclo, numa procura incessante de um quarto elemento até então desconhecido. Um Elemento, que muitas vezes só começa a gritar lá para os 66, quando o corpo físico começa a avisar que é preciso algo mais, para preparar a viagem.

Não é assim.
Não tem que ser assim.

O Ser Humano necessita de tutano, de consistência e de coerência, entre estes 4 pontos cardeais.
O Ser Humano necessita de alinhamento constante, ao longo de toda a sua vida.

O Ser Humano necessita de trabalhar a soma das suas partes.








Palcos

No centro, o Palco.
À volta, uma paz que se respira.

Há um sentimento de tranquilidade ansiada e partilhada pela audiência,
Ninguém quer mais nem menos,
Apenas estar.

A ouvir o canto do silêncio, 
A ausência de palmas.
O ruído branco dos pensamentos.

Apenas para usufruir o espectáculo do Agora.

Uma pena desce lentamente em direcção ao Palco, para ali pousar suavemente, como que afirmando que o espectáculo vai começar.

@Gulbenkian, num belo dia de sol.


Encontro de desconhecidos

Marquei na minha agenda um encontro com antigos colegas da primária.

Fico contente pela oportunidade proporcionada, porque muitos deles não vejo há 30 anos.


Sinto como se sempre estivessem presentes.

Há uma memória que nos une.

Feita de boas e más recordações.


Hesito e penso  - 30 anos.

O que é que pode acontecer em 30 anos?


Uma rápida pesquisa na net diz-me que em Portugal há 80 reclusos a cumprir a pena máxima de 25 anos.

Há vidas nascidas e terminadas em menos de 25 anos.

20 anos são suficientes para um Mundo de possibilidades. De sucessos e insucessos, de virtudes e vícios.

E a Malala Yousafzai tem apenas 17.

Não são 17 neste caso, são 30.


Algures no percurso das nossas vidas, vivemos juntos.

Não tenho dúvidas - somos todos diferentes.


Amadurecidos de experiências,

Cheias e Vazias,

Que ajudaram-nos a ficar Adultos, Maiores.


E neste caso, Desconhecidos.


Vai ser bom reviver,

Vai ser bom acima de tudo actualizar as versões empoeiradas que vivem na minha memória, de cada um destes meus amigos e amigas com quem vivi uma parte importante da vida.


Actualizar estas versões que vivem até hoje intactas, 

envoltas num imaginário de experiências semi-esquecidas, 

Crescidas sobre preconceitos e agregados de notícias soltas 

e que navegam hoje soltas, por entre as camadas que compõem aquilo que eu sou.



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Máquina do tempo

E se um dia te dissessem que existe mesmo uma máquina do tempo?
Uma máquina capaz de garantir a não intrusão no momento não presente por parte do viajante.
Uma máquina que oferece ao passageiro a virtude do esquecimento, e liberta-o de paradoxos.
Que transforma o seu corpo num mero utensílio, efémero, terreno.

O que dirias? 
Gostarias de, ainda assim, espreitar outros Momentos?

E se no final descobrisses que a essa máquina foi dado o nome de  "Reencarnação"?
E ao mesmo tempo percebesses que ao inventor desta máquina tivéssemos atribuído, nós os viajantes, com o passar do tempo, o nome "Deus"?

Será que assim tudo isto passaria a a fazer sentido?
Será que tornava tudo isto mais fácil?
Ou será que não? 



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Receita de ouro

Para fazeres muito dinheiro precisas de perseguir apenas dois grandes objectivos.
Tornar o gratuito em pago e converter o opcional em essencial.

A História diz que o Medo costuma funcionar muito bem no cumprimento destes 2 objectivos.
A História também diz que o dinheiro não traz felicidade.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Silêncio

Procurar por silêncio num aeroporto é como procurar uma agulha no palheiro.

Há "prayer rooms" e salas de fumo.
O silêncio, vendido em troca de saúde física ou espiritual.

Há que procurá-lo no único sítio onde está ainda intacto.
Dentro de ti.


Lost and found

"Loss of Yourself"


Dizia-me no outro dia uma recém-amiga que quando teve um acidente de carro foi como uma experiência de "Loss of Yourself"

"Loss of Yourself".


Perda de si mesmo.

Ausência.

Arrancar um pedaço.


Diria que temos na nossa vida muitos acidentes de carro.

Momentos em que nos perdemos de nós próprios.

Alturas em que nos esquecemos do que é ser "Ser".

O "Loss of Yourself" é a falta de raíz.

É o medo de morrer,

É a sensação de que há ainda trabalho a fazer.


Quando as pancadas são fortes, por vezes viramo-nos para o "Ser Maior" na esperança de encontrar sentido.

Como se o sentido fosse algo que estivesse fora, fosse externo, estranho e desconhecido.


O sentido está dentro.

É a agulha dentro da bússola.


O contacto com o "Ser Maior" equilibra - diz-nos o que fazer.


"Find Yourself!"


Encontra-te e verás que não há pancada que te magoe.

Não há fronteira que não possa ser relativa.


Depende sempre da perspectiva que lhe deres.

Se a fronteira que se colocar à tua frente for demasiado alta, cria asas e voa.




segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Relembrar, as tuas mãos.

As tuas mãos,

Trémulas e forradas com pele envelhecida.

Esguias e manchadas pelo passar dos tempos.


As tuas mãos,


Transbordando solidão,

Encharcadas em saudade.


Foi hoje,

Num inspirar e expirar profundo que percebeste que este Mundo ainda é teu.

Que voltaste a usar o sorriso que pertence a esse semblante, iluminado.


Foi hoje,

Neste gesto de Apoiar,

Neste dizer que te Ouço,

Que por entre olhares te fui dizendo que estava contigo, aqui, agora.


E foi por alguém te Ouvir que acordaste,

não sei se o que tu És,

se o que eu Sou.


Por breves momentos, fizeste-me entender que não sou eu que te venho ensinar,

És tu.


Tu,

Com esses olhos azuis de menina,


Foste tu que fizeste parar por momentos o meu relógio.

Que fizeste-me relembrar o que ainda tenho para aprender

até conseguir chegar ao brilho dos teus olhos, 

secretamente escondidos por debaixo..


 ..das Tuas Mãos.




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O porteiro da discoteca

Existem restaurantes em Lisboa onde sou previsível.

 

Sítios que escolhi, não tanto pela comida mas acima de tudo pelo ambiente e pelo trato.

Sítios onde há pessoas especiais com brio naquilo que fazem.

Pessoas que não me conhecem, mas que estão atentas a padrões.

São Homens e Mulheres que guardam dentro de si, pedaços de mim.

 

E também há sítios que risquei do mapa,

Sítios onde estive uma única vez e para onde naturalmente não sinto vontade de retornar.

 

Basta um primeiro impacto, uma primeira linha, uma interacção com o “Porteiro da Discoteca”.

Quem me pergunta por esse lugares só tem uma resposta – Há outras opções.

 

A propósito de discotecas, fui barrado à porta de uma, há muitos anos atrás.

E ainda bem que assim foi.

Fez-me pensar.

 

Fez-me pensar na sensação de rejeição,

da não pertença,

da exclusão e desvalor.

 

Mais chocante ainda, provocada por alguém a quem não lhe reconheci qualquer legitimidade para o fazer – um perfeito desconhecido.

 

Vale a pena identificarmos os porteiros das nossas discotecas.

As barreiras que deixamos crescer.

Ontem pode ter sido um porteiro, amanhã pode ser uma mágoa.

 

Para evitar cairmos no ridículo de olhar ao espelho e pensar se o porteiro vai gostar da nossa roupa, mais vale focarmos a nossa atenção nos objectivos que queremos cumprir, não nos obstáculos.

 

A gerência pode mudar. Os objectivos, convém que não.



 



 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Um icebergue nunca vive só

Em alta competição aprende-se a dar valor ao seu semelhante, 
Mesmo que nenhuma palavra seja trocada.

Basta um olhar, um reconhecer mútuo. Um respeito, Adulto, amadurecido.

Nessa arena onde são poucos os adversários à altura, um bom adversário é o melhor professor que se pode encontrar. 
Por isso desenvolve-se uma espécie de pacto, de efeito tribal, de irmandade - de simbiose.

A pergunta que hoje tenho para ti é se na tua "alta competição", no teu espaço de excelência, já encontraste os teus professores?
E se sim, pergunto se estás a prestar-lhes o devido respeito?


Esta reflexão trouxe-me à memória um período infeliz em 1898 em que durante quase 9 meses, 2 leões aterrorizaram uma zona de construção no Quénia. Talvez já tenhas ouvido falar.
Estes 2 leões foram imortalizados como os "Tsavo man-eaters".

Se excluirmos desta memória o triste facto de que supostamente 135 trabalhadores foram comidos por estes leões (mais tarde apurou-se que foram 35 ao todo), temos que admitir que eram 2 leões excelentes naquilo que faziam.

Isto para dizer que de certeza entre eles, no meio dos seus cérebros supostamente irracionais e mergulhados em instinto primário, acredito que observaram-se mutuamente, que souberam respeitar-se e aprender um com outro. 

Eram a elite do mundo dos leões. Os últimos que, durante algum tempo, ainda conseguiram contrariar a supremacia do super-predador do planeta Terra - o Homem.


Se tiverem curiosidade, um dos filmes onde foram retratados foi o "The ghost and the darkness" de 1996.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Agora, não depois.

Num misto de antecipação e receio pressinto a chegada de mais uma prova

Num misto de insegurança e convicção digo-te que estou preparado.


Preparado para mostrar que sou capaz, naquilo que me quiseres colocar à prova.


Preparado para poder não estar à altura.

Preparado para aprender e quem sabe, surpreender-me.


Talvez seja impossível estar totalmente preparado.

Talvez porque se assim fosse, à partida já estaria a perder.


Eu é que escolhi este caminho, logo não há tempo a perder.


O aprender é agora, não depois.



Gaivota de nome, Fernão de espírito

Ontem foi dia de Tapada de Mafra.
Terminei o dia com o Fernão Capelo Gaivota, numa cópia velhinha, esquecida na estante da biblioteca.

Adormeço lentamente com o bater das suas asas e penso:
Que nos sonhos do Homem seja possível construir, por entre a imponência silenciosa do Bufo Real e a velocidade impetuosa do Falcão, o Caminho da verdade.

O Fernão diz que basta um pensamento. 
Será?