quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Abraçar as limitações


Publico este vídeo fascinante sobre a arte de abraçar as nossas limitações.

Ao ver este vídeo veio-me à memória a metáfora de um balão que vai esticando à medida que vamos explorando novas fronteiras.

De vez em quando, chocamos contra uma parede.
Ora é nesse preciso momento que devemos aproveitar para dar corpo ao balão.

Enchê-lo de substância.

É altura de aceitarmos os nossos limites (temporários ou não) como forma de criar espaço para que a magia aconteça.

Com um passo aparentemente para trás abrimos espaço para um mundo novo, onde novos caminhos estão por percorrer e muralhas por desvendar.


 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Loucura

Loucura é a palavra que a sociedade encontrou para dizer que não te compreende.
Para te explicar que foste demasiado para lá dos limites.

Depois, a sociedade fechou essa palavra dentro de um baú chamado Tabu 
e atirou o baú ao mar da Desilusão.

Ali ficaste, perdido no tempo e no fundo da Desilusão, 
ancorado para lá dos limites da nossa compreensão.

Hibernado. À espera de um sinal.

À espera do dia em que finalmente alguém encontrasse a peça com que de repente, tudo passasse a fazer sentido.
A chave do enigma.
E que a entregasse às Massas, 
porque depois de isso acontecer, então já era fácil.

Depois de conhecida a solução já não eras O louco.
A sociedade passou a chamar-te O visionário. 

Estavas à mesma junto à fronteira, só que agora do lado de cá.
Ou será que a chave teria apenas feito avançar a fronteira um pouco mais para lá? 

A chave - a vacina contra o vírus da escuridão.

Peço-te que sejas forte. 
Peço-te que não desistas. 

Que encontres em ti todas as chaves.
E que mantenhas intacta a coragem dos poucos que ousam transpor as fronteiras.

Para que o universo das Massas nunca deixe de crescer, mas sem ter que te voltar a magoar.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A estrela da inquietação

Olho para a Lua e imagino quantos antes de mim, terão olhado para ela, da mesma forma que eu, neste preciso momento.

Quantos, homens e mulheres, olharam da porta das suas cavernas, esmagados pelo tecto que se lhes abatia.

 

Quantos, cientistas e filósofos, terão perscrutado, ao longo de todos estes milénios, por entre as luzes da escuridão, a resposta e o significado para suas questões, e respectivas razões.

E quantos continuarão ainda, largos anos depois desta minha viagem, a fazer exactamente o mesmo.

 

A lua, essa mantêm-se a mesma.

Impávida.

Quase que complacente.

 

O que pensará ela de quem a vê?

Serão assim tão diferentes os olhos que a observam, ao longo de todos estes anos?

 

Até quando?

 

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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sombras

Gosto da sombra das árvores.

Permitem-me transpor o franzir do olhar e ver a cor das coisas.



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Companhia permanente

Hoje fui almoçar contigo.
Disseste-me que precisavas de falar.
Assim foi.
Ali estivémos os dois.
Tu a explicares e eu a ouvir.

Juntos, a sós.
Banhados pelo Sol de Inverno, algures nas margens do Tejo.

TU és o EU que reclama a Reflexão, o Espaço e o Tempo.
EU sou o TU que planeia e concretiza.
Ainda bem que te conheço, que aprendi a respeitar-te e a ouvir a tua Voz.

Tu que na realidade és parte do Eu.
Tu e Eu, Um só.

TU + EU = TEU

À Escala Global, todos juntos somos TEUS.
Os TUs e os EUs.



DEUS

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Força da gravidade

Ser semelhante não é ser igual.
Ser semelhante implica conhecer as diferenças e estar ciente delas.
É conhecer a linguagem mas não ceder ao conteúdo.
Pelo menos sem antes questionar.

Porque estar vazio de convicções é estacionar na média.
É estagnar, desperdiçar.
É viver o fácil e alinhar o norte pelas bússolas dos outros.

Não falo de saudar a teimosia mas sim a obstinação.
Porque enquanto que a teimosia é a Imatura.
a obstinação é por outro lado, a Sábia.

Refiro-me pois à capacidade de alguns em rasgar com tradições e preconceitos.

À força inata que os impele em dizer: Não!
Simplesmente porque Sim!

Porque tem que ser.
Porque não se abdica e
Porque acima de tudo, é Importante.

Escapar a esta força da Gravidade que o "Normal" impõe, seja por meio da preguiça mental, das regras sociais, dos costumes ou das ligações afectivas, é ser capaz de alinhar a vida com o seu desígnio.

Tomar-lhe o pulso.

Encher o caminho de sabor, de decisões e de conteúdo.

Concluo por dizer que esta Força é a Gravidade Amiga que nos questiona constantemente:

Como é que é? 
Estás à altura ?

Queres uma casa cheia ou um quarto vazio?



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Mais uma milestone

Este post vem na linha das "conversas que não se têm".

Já anteriormente escrevi sobre este tema.

Conversas que se deixam para depois.
Para quando já não houver tempo para as ter.
Para nunca se terem.

O milagre da ciência da longevidade empurra-nos hoje para um novo paradigma.
Antigamente a maioria morria e pronto - era rápido.
Hoje em dia o cenário é diferente.

Fruto dos avanços tecnológicos na medicina, empurramos o nosso corpo até ao seu limite, para idades nunca antes imaginadas e felizmente podemos estender a nossa vida até ao seu último reduto.

A pergunta que fica no ar é: Queremos terminar numa maca agarrado a uma máquina?
Creio que ninguém dirá que sim no seu perfeito juizo, mas fruto do silêncio provocado por este tema tabu é infelizmente para lá que todos caminhamos.

Qual é o problema em planear esse momento? Se é inevitável que vai acontecer porque não planeá-lo?

Não tenho dúvida que somos imortais e também tenho a certeza que o nosso corpo não o é.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Palavras sábias

Palavras de Dalai Lama na sua visita a Portugal, numa altura em que o sector da construção civil estava em ebulição (minuto 8:18 do vídeo abaixo):

"Look.. you are doing all this things but, ins't it nice also to build something within?
Unless that, even if you get a high-tech flat on the 100th floor of this super-modern and confortable building, if you're deeply unhappy within, all you are looking for is a window from wich to jump."

Para Matthieu Ricard, é simples: É tudo uma questão de treino, neste caso da mente.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tutano

Estender fronteiras é conquistar espaço.

Distanciar os extremos do nosso Universo é completarmo-nos.

Não só porque compramos Terra para atirar as nossas sementes, mas acima de tudo, porque algures no meio desse espaço criado, nascerá a substância de que somos feitos.


O Tutano.


Conhecer fronteiras é depois afirmar quem somos.

Reconhecer o valor desse Tutano e crescer com ele.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Beber da fonte da juventude

Cada vez que digo Não à Solidão tomo mais um cálice da fonte da juventude.
Afirmo perante o meu corpo que ainda há vida a cumprir, que ainda há propósito, e que ainda não chegou o tempo de parar o tempo.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Impaciência

Impaciência é antónimo de ciência do impávido, mas não do sereno.
É a ciência do desconforto, da inquietude, e do inconformismo.

Ser impaciente é querer mais.
Querer melhor.
Procurar por entre tesouros, mas sempre com a vontade do agora.

É também desrespeitar.
Rejeitar.
Deitar fora o tempo certo e as fórmulas provadas,
Cuspir no prato.

A impaciência é a balança que flutua na tempestade da Descoberta. 
Ora revoltada tal qual ventania, ora profunda com a serenidade do fundo do mar.

Daí ser antónimo de impávido e não de  sereno.

Porque a impaciência traz frutos quando focada e serena.







quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Timing

As coisas têm um tempo certo de ser, 
Um tempo certo de se dizer.

Depois.. 

Depois nem é cedo nem é tarde.
É simplesmente outro momento.

E embora as coisas se possam dizer à mesma, 
já não serão o mesmo.
Serão... coisas diferentes. 

Porque ouvir a coisa certa no momento certo é que faz a Verdadeira Diferença.



Tristeza

Há momentos em que me assola uma tristeza profunda. 
Um cúmulo de fado, português.

Não sei porquê, só porque sim.

A boa notícia é que reconheço-a como parte integrante, 
Peça fundamental do equilíbrio.


Erro

Quanto mais depressa começares a aprender com os teus erros, mais cedo deixarás de cometer erros para corrigir os anteriores. 

Para quebrares a cadeia tens que parar, assumir e aprender - deixar de empurrar com a barriga na assumpçao que ninguém te estás ver.

Já dizia Epicuro que deves fazer tudo como se alguém te contemplasse.


sábado, 26 de outubro de 2013

Desapego

Nunca é fácil ouvir um filho dizer que já não precisa de nós quando sabemos que demos tudo o que tínhamos por ele.


Nunca será fácil, enquanto não aprendermos que o acto de Dar nunca deve ser feito com o intuito de Receber algo em troca.




Escravidão

A escravidão é mais cruel quando encontrada por detrás de um olhar, actuando nas sombras, corroendo lentamene o espírito humano como uma parasita.


O olhar torna-se baço e a alegria essa, definha na sombra do brilho de outrora.

Para Expulsar este vírus do organismo humano é preciso derrubar fronteiras, dogmas e preconceitos.


É preciso limpar tudo, 

desinfectar.

Por dentro e por fora, 

no centro e à volta.


Da mesma forma que um toxicodependente quando se quer libertar da droga, tem que larga o vício físico, mental e social, 

também o escravo tem que ser capaz de soltar todas estas cordas que o prendem a esse navio.


Para ser sucedido, tem que ser capaz de se atirar ao mar e acreditar que existem outros navios, que não negreiros.




quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Música

Amar-te é ter o bater do teu coração a marcar o ritmo da minha música.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Exponencial criação de Valor

A inquietude da procura por uma melhoria contínua produz uma inevitável criação exponencial de valor, em tudo o que nos aguarda Amanhã. 


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Maestria


Ser capaz de encontrar sorrisos na monotonia do quotidiano.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Compaixão

As grandes muralhas alimentam-se sempre de grandes feridas.


Ao encontrar a paz interior desfazemos essas barreiras, 

Libertamo-nos do cimento que petrifica as nossas emoções.

 

Devemos Soltar,

Abrir mão,

 

e deixar que os ressentimentos se elevem delicadamente em direcção ao céu, 

desvanecendo-se por entre as nuvens, tal qual bolas de sabão.


Castelos de areia que se evaporam perante a força das águas,

Para encontrar nesse mar da compaixão,

o discernimento necessário para atingir o Perdão.

 

 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Fora da mãe

“Estás fora da mãe”

 

“Fora da mãe” de forma inconsciente significa simplesmente estar “fora de si”.

“Fora da mãe” de forma consciente é por outro lado, assumir-se enraizado, inteiro e estóico, 

Capaz de assumir certezas perante maiorias.


Tal qual bebé nascido para fora da sua mãe, o Homem adulto quer-se assumido “Fora da mãe” como sinal de maturidade, auto-conhecimento e visão.



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Private


Uma "Private" é um conhecimento comum,
Uma piada, um acordo.

Um código secreto pré-definido.
Uma cumplicidade, um alinhamento.

Basta um gesto, uma palavra, um som ou uma imagem como esta (também ela uma Private),
para gerar sintonia.
Um sinal apenas, que pode causar sorrisos,
Reconhecimentos.
Um pequeno "touché".
Uma Private é, plataforma de entendimento,
Uma Private é, pedaço de Amizade,
fonte de Alegria.

Missão


O Sol aquece-me os olhos,
A música enche-me a alma,
A velocidade abranda-me o tempo,
e eu penso para comigo, neste preciso momento:

- De que forma posso concretizar este sentimento de Missão?




domingo, 6 de outubro de 2013

Até já

A minha avó deixou-nos há não sei...2 anos?
Lembrei-me hoje dela e de algumas das suas expressões.

É curioso como a sua voz ecoa dentro do meu cérebro como se ela estivesse aqui ao lado a proferi-las, agora mesmo. 
Já assim era antes de ela ter morrido. Não sei explicar o porquê destes ecos. Pedaços de frases que guardei e consigo reproduzir na minha mente como se fosse um gravador áudio.

Nos últimos meses da sua vida não estive particularmente presente.
Estive qb, tal como sempre estive. qb.
Mas sinto carinho. Por aquilo que trocámos. Pelas experiências. 

Foi bom ter sabido com antecedência que quando a fui visitar pela ultima vez, seria a última vez.
Simplesmente sabia, apesar de nada indicar que estaria de partida. Por isso levei comigo os meus filhos. Para dizermos adeus:

Estavas bem disposta. 
Riste-te mais uma vez daquela tua forma tão característica, tal qual como guardo dentro das minhas memórias. Um riso desafinado por entre dentes cerrados. A tua gargalhada engraçada.

Ao sair, olhei-te nos olhos, apertei as tuas mãos nas minhas e disse-te "Até já".
Nunca saberei se também soubeste que era a última vez. Gostava de ter sabido mas isso são conversas que infelizmente não se têm... em vez disso, adivinham-se..


Foi assim que vivi a sua partida e é assim que me lembro desta pessoa que faz parte do que sou.
No caso do meu avô não foi assim. Eu era bem mais novo e percebi o que tinha acontecido ao escutar ao longe a conversa da minha mãe ao telefone. Foi bem mais doloroso. Mais difícil de descrever.

Por isso, optei por expôr este pequeno pedaço de mim, que na essência não há-de ser muito diferente do que acontece a tantas outras pessoas, apenas para dizer que é bom quando há espaço para a despedida adulta, consciente e sem dramatismos.

É só mais um passo, mais uma porta, que se quer transposta de forma rápida e indolor, tal como no nascimento. 

É apenas um "Até já".




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Jump

A vontade da descoberta nasce no mesmo leito da ânsia pelo conhecimento.

Abrir as janelas e deixar entrar ar fresco.
Procurar de forma consciente, num acto de libertação repleto de responsabilidade e intenção.

É querer ouvir mais histórias.
É aceitar que para que a descoberta ocorra será sempre necessário dar espaço à imprevisibilidade.

É confiar. 
No Mundo e em si próprio.

Saber bem no fundo, que o saldo será sempre positivo, porque o saldo é o sabor da tua Vida.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vencedores

Uma vida conjunta não é algo que se recebe, mas sim que se conquista.

As dificuldades transformam-se em vitórias e os Bons momentos, nos respectivos troféus.

Vejo esta foto e só consigo pensar em 2 atletas de fundo, a festejar a vitória.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ondas da rádio

Alturas há em que parece que uma massa de ondas de rádio nos atravessa a todos, e nos influencia.

Um pouco como a gravidade da Lua. 
Uma invisibilidade presente que não altera apenas as marés de humor.

As ondas de rádio a que me refiro são como mensagens que atravessam multidões ou sub-grupos delas, e as suas mensagens materializam-se espontaneamente na linguagem individual e preferida de cada um, seja ela música, pintura, dança, escrita ou outra qualquer outra forma de comunicação ou concretização.

É por isso é que quando vemos uma pessoa A e outra pessoa B em sítios diferentes dizendo coisas iguais é como se tudo estivesse em sintonia. 
É aquela sensação de que todos nos estão a dizer algo. 
O fio condutor a que já me referi em posts anteriores.

Qualquer meio de broadcasting tem este efeito - a televisão é um exemplo disso.
Vemos o mesmo, aprendemos o mesmo e comentamos o mesmo mas, tal como dizia Einstein, não podemos depois esperar que sejamos assim tão diferentes.

Mas as ondas de rádio de que falo não são de televisão nem são provenientes de um qualquer agente controlador dos media.

Podia pensar que seria algo que desce sobre todos nós. muitas religiões assim o afirmam.
Mas, e se for algo que ascende de todos nós, como uma consciência colectiva?

Coluna de som ou microfone?
Ouvinte ou locutor?
Inconsciente ou consciente? 
Passivo ou activo?

De que lado da equação queres estar?

Águas paradas são sempre sinal de doença ou prenúncio de morte.
A vida nasce e habita no movimento, no desequilíbrio, por isso se quiseres fazer algo com a tua, ficar parado não me parece ser a solução.

Alinha nas ondas de rádio.
Sintoniza-te!







Inocência vs dormência

Muitas vezes me pergunto até onde devo tentar ir, em evitar expor os meus filhos à violência dos dias de hoje.

Até que idade esconderei eu as imagens como de Guantánamo, da Síria ou do Iémen?
E durante quando tempo devo doseá-las?
E com que critério?

Onde fica a linha que separa o isolamento, da dormência provocada por imagens constantes de violência e injustiça com que nos bombardeiam os media.

Informação quanto baste, diria eu.

Até determinada altura talvez seja útil tentar criar algum distanciamento do mundo real preenchendo-o com formaçao de carácter. 
É o período do fortalecimento da raiz num ambiente de preferência, calmo e tranquilo.

Para que quando chegue a idade de marcar a diferença, a confrontação do que é afinal a Humanidade crie a faísca necessária para a criança já com força de Homem, se afirme então de forma determinante para tornar este Mundo melhor.




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Casa cheia de amigos

Já tinha saudades de te escrever.

Lembrei-me hoje de ti e pensei que, agora que já passaram as férias, estivesse na altura de retomarmos as nossas pequenas conversas. 
Ou pelo menos as minhas letras desafiando as tuas reflexões.

Hoje foi dia de estar presente no funeral do Pai de um amigo para dar algum reconforto (dentro do que está ao meu alcance), e foi dia também de honrar em ausência e com um sorriso, a partida de uma Mulher que tive o prazer de conhecer.
Um ser humano que tudo o que quis para si foi conseguir espalhar sorrisos - Beatriz Quintella.
Sei que preferiu simplesmente ir sem flores nem espectáculos, por isso apenas um sorriso basta para honrar a sua viagem.

Estas duas partidas fizeram-me pensar no que é que eu próprio sou como pessoa. 
Sou um conjunto de milhares de pequenos Universos, cada um com a sua mensagem para desvendar.

Tal como matrioskas, 
sou cápsulas dentro de cápsulas.
Camadas dentro de camadas.

E às camadas mais interiores é natural que aceda cada vez menos gente.
Algumas existirão apenas só para mim. Só Eu tenho a chave.
E nalgumas ainda nem sequer tentei abrir a porta.

O desafio de crescer é o desafio de saber e querer criar e descobrir novos jardins interiores, cada vez mais profundos e cheios de sentido, de significado, de corpo e conteúdo.

Ser sábio é ser capaz de manter viva esta semente de criação e em simultâneo abrir cada vez mais as portas, deixando entrar em nossa casa quem nos merece e também quem de nós mais necessita.

Haverão sempre divisões só nossas, mas a nossa casa é uma grande mansão em constante expansão.
Nunca houve razão para viver lá sozinho.




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Maestro de orquestra

Pára de te queixares que não há música na tua vida.
Está na hora de te questionares quantas vezes a Vida já te colocou o Piano à frente.

Para que na próxima vez que o Piano te seja apresentado, assumas-te como Maestro e não deixes que seja apenas mais uma última vez.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Terra de sementes

Terra fértil ou semente promissora? 

Ser semente significa ter a fé de partir ao sabor do vento, 
Significa crescer, aventurar.
Procurar Terra onde prosperar.

Ser Terra fértil significa consolidar, 
Significa força e poder à espera de se manifestar
Prosperar, no reflexo das sementes abraçadas.

Onde fica a água no meio de tudo isto? 
Como é que o milagre acontece?

A solução reside na tua intenção.




sábado, 3 de agosto de 2013

Terra dos sonhos

Vou agora para o outro lado de mim. 
Lentamente deixo-me embalar no cansaço e flutuo suavemente até ao outro lado do espelho.
O lado que me fala por metáforas, cores e imagens.
O lado lunar das ideias, anseios e emoções que coexistem em ambiente de gravidade zero.
Sem consequências, apenas pensamentos livres.

Estou curioso para saber o que tens hoje para mim, cara coroa da minha moeda.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estranha forma de empatia

Dizer que foi infeliz na escolha das palavras no momento de magoar alguém não é a mesma coisa do que pedir desculpa.

Pedir desculpa é sentir a dor do outro, fruto de uma acção inadvertida.
Dizer que foi infeliz na escolha de palavras é lamentar o incómodo pessoal resultante da dor infligida no próximo.

Por vezes a visão é de tal forma egocêntrica e há tanto tempo, que a capacidade inata de empatia com que se nasce, perde-se, talvez para sempre.


Pontes para o desconhecido

Negar a sua própria imperfeição é abraçar a solidão.
É preciso aceitar a vulnerabilidade para que se crie o espaço necessário para construir as pontes com o exterior.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Dar a volta ao Mundo e voltar ao ponto de partida


7 mil milhões de seres humanos significam 7 mil milhões de diferentes vidas possíveis.

Partindo do pressuposto que não se escolhe a vida antes do nascimento, muitas dessas opções na verdade nunca te serão apresentadas, fruto do sítio onde nasceste e de quem são os teus progenitores. Ainda assim, as permutações possíveis à nascença são infinitas.

Se tomarmos como base a teoria dos multi-universos (https://en.wikipedia.org/wiki/Multiverse)
, cada opção tomada na nossa vida representaria o nascimento de um universo paralelo que seguiria o seu caminho.  A cada opção tomada, uma outra instância de ti partiria noutra direcção, numa vida autónoma, distinta daquela onde estás neste preciso momento.
No fundo, isto significaria que quanto mais opções tomadas, maior seria o número de vidas paralelas criadas.

Nesta perspectiva pergunto: Será que se optarmos por não decidir, transformamo-nos num figurante da instância de vida de uma outra pessoa?

Qual será então a diferença entre um clone nosso que faça parte da vida de outra pessoa, e um outro Eu, verdadeiro, numa vida em que tomamos o pulso?
Será que é a opção consciente que dita essa diferença?

Deambulações à parte, é inevitável a seguinte reflexão:
O que representa afinal a instância consciente dentro de ti que está neste momento a ler este texto?
Diria que é aquela cuja existência exige que não se desperdicem oportunidades.

Baralhando e tornando a dar, deixo apenas para reflexão a outra hipótese que deixei em aberto no início deste post que era a de termos a capacidade de escolhermos a nossa vida antes do nascimento.  O que mudaríamos então na nossa atitude nesta abordagem alternativa?

Por esta altura já deverás estar a pensar que tipo de medicamentos devo andar a tomar... :) :)

Tudo isto apenas para dizer que é crucial irmos ao volante da nossa vida, seja ela qual for, em que cenário for.



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Norte

Quando buscas orientação pede o mínimo indispensável, para que quando saibas para onde ir, tenhas tudo a que tens direito. 

Faz com que o Propósito seja o teu Norte no mar das indecisões.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Amizade

Numa conversa franca e aberta não há espaço para mais nada senão a base de uma grande amizade.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Parte 2

Quando chegas ao cume de uma montanha de primeira, é o momento exacto para meteres a segunda.

Enquanto uns abrandam para descansar, tu aproveitas e disparas em dupla velocidade.
Fazes de lebre de ti próprio e cresces sobre o já atingido.

Assim distanciar-te-ás do pelotão.
Assim farás a diferença.

A celebração não é feita na meta mas sim na vertigem do caminho desbravado.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

DEcantador

De_Cantador,

De alguém que embala, que canta.

 

Decantador é também algo que ajuda a libertar o aroma do vinho novo,

Ou a separar os sedimentos de vinhos mais maduros.


Separar o que não presta, ou ajudar a realçar o que de melhor existe.

 

A cantar também acontece o mesmo, neste caso com o ser humano. 

Seja voz boa ou má,

forte ou baixa,

Quem canta, executa em si um acto de libertação,

 

Aplica-lhe a respiração abdominal,

Mexe nas emoções. 

Nas suas e nas dos outros.

 

E isto, a meu ver, é decantar o espírito.



segunda-feira, 24 de junho de 2013

Paixão

Por entre olhares e palavras não escutadas, 
Dizes-me o que te vai na alma.
E eu escuto o teu querer.

Raízes do mesmo coração, da mesma água e da mesma terra, 
Respiramos o mesmo ar, o mesmo calor.

Somos um apenas.

Apenas e Tanto.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Pronto, já estou Pronto!


Há viagens que surgem do nada, e outras que são planeadas à exaustao.

Mas também as há, preparadas, planeadas, mas que não há maneira de começarem.
Em que todos os preparativos são cumpridos e nada acontece.

Navios que ficam no porto.
Águias que nunca largaram o ninho.

São as alturas em que julgamos que mais nada há a dizer e que...Pronto, já está tudo. 
Já estamos à espera, à escuta. 
"Venha ela!"

...mas ela não vem...

É como se estivéssemos largados numa ilha deserta, preparando o dia em que o navio nos vem buscar, 
Já arrumámos a barraca, juntámos os trapos, penteamos o cabelo e agora já só faltava mesmo era o navio aparecer,

Mas não há meios de surgir...

Talvez porque ainda não estávamos prontos e por isso ainda era cedo para vir, e sentimos que temos a oportunidade divina para arrumar o que afinal ainda faltava.

Arrumamos mais uma folha de palmeira e endireitamos um último coco desalinhado.
E ficamos a olhar o horizonte, na esperança de um sinal de fumo.

Nada!
Nem um Sinal.

Sofremos, choramos, imploramos.
Gritamos enraivecidos "Porquê!!"
..E desistimos. 

Soltamos um ultimo suspiro vestido de nada e entregamos-nos ao destino.
Morremos.

Depois de fartos de todo este teatro damos por nós a brincar com grãos de areia, esquecidos de tudo e de todos. Esquecidos de nós próprios.

E é aí que fazemos o clique: O Sinal era não haver sinal!

Depois de despidos de expectativas e de ideias pré-concebidas, finalmente entendemos que 
Se estou Pronto, devo arrancar!

Soltar amarras. 
Tudo o que havia para fazer já está feito. 

Ninguém vem-te buscar. Tens que ser tu a ir à procura.
Se já estás pronto, estás pronto para partir. 

Tu és o Sinal.
O que custa chama-se medo.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Flow

O tempo marcado no relógio, aparenta viver separado em milhares de pequenos pedaços. 
Horas, minutos, segundos...

Intervalos maiores ou mais pequenos supostamente constituem aquilo que se sugere ser uma soma de amostragens discretas. Uma amálgama caótica de experiências soltas.

Tal como no rio, o tempo não é um conjunto de gotas de água perdidas.

O rio, ou neste caso o tempo, é um só.

Preencher os intervalos com a substância que tudo cola, que tudo sara, e que faz com que tudo faça sentido, permite-nos alcançar que todos esses pequenos pedaços de desnorte são na verdade um contínuo de significado.

Encontramos o fio condutor.

Entendemos finalmente o que significa estar acompanhado.
Sentimos presença.
Criamos plenitude.

Aprendemos a Estar,
Talvez de forma diferente.
Porventura mais presente.

Com mais presentes.


Amazónia

Ao chegar perto de ti, gritaste comigo.
Gritaste como um trovão, mas silencioso.
Com uma tranquilidade aterradora.
Uma quietude inquietante.

Pediste-me que me calasse.
Que deixasse o dia para trás.
Que o esquecesse.

Disseste-me para acordar.
Para abrir os olhos e Ver.

Ofereceste-te a mim.

Fitaste-me nos olhos e em vez de mostrares o teu Sol, entregaste frescura e afecto.
Presenteaste-me com um indescritível anoitecer seguro.

Apenas um ou outro pássaro se ouvia ao longe, num chilrear mais distraído.
Até que tudo se calou.
Como se de uma orquestra se tratasse, alinhando-se e aguardando pelo seu Maestro.

E eu, deixei-me estar, 
imóvel, 
pronto, 
atento, 
à escuta.

No meio do silêncio surgiram finalmente por entre as copas, como que Deuses pairando por entre as nuvens, pequenos rasgos de inspiração. 
Pedaços de vida que inspirados, me trouxeram a mim, à minha terra, ao meu ser.

Hoje reapaixonei-me por ti.
De tão belo que te apresentaste perante mim, deslumbrante vale encantado.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Nova corrida, nova viagem

Olhar a morte de frente sempre foi um óptimo argumento para dar novo fulgor à Vida.

Os limites mostram-nos sempre onde termina o que somos e onde começa o que ainda não somos.

Trabalhar significa a oportunidade de trazer ao de cima. 
Significa assumir, para decidir se é para sedimentar ou se é para alterar.

Só assim conseguimos passar ao degrau seguinte e saltar para o próximo aquário.

Dizem que no final está um oceano à espera. 
Estaremos preparados para esse dia que se aproxima?
Quantos aquários faltam ainda?
No dia do Grande azul, seremos néons, tubarões ou baleias?
Ou simplesmente Nós Próprios, na plenitude de auto-conhecimento e enraizamento, de queixo erguido, com o sentimento de missão cumprida?